terça-feira, 28 de julho de 2015

Tosa do Cocker Spaniel Inglês

Tosa do Cocker Spaniel Inglês

As raças de cães caçadoras de aves se originaram de cães de caça primitivos da Península Ibérica. Por isso, não raramente, essas raças levam em seus nomes a denominação Spaniel. Os Spaniels de pelo longo, sujeitos à tosa, têm estrutura física semelhante, além de pelagem sedosa e franjada sempre nos mesmos lugares. Tantos pontos em comum se refletem numa variação muito pequena entre as tosas das diferentes raças do grupo.
Entre os spaniels está o Cocker Spaniel Inglês. O nome da raça dá boa idéia de sua origem. A palavra Cocker se refere à caça à galinhola, que a raça praticava antes mesmo do advento das armas de fogo. Spaniel significa que ele é um dos descendentes dos primitivos cães espanhóis. E inglês é porque a caça à galinhola era praticada na Inglaterra e no País de Gales, sendo os cães usados juntamente com falcões.
Ao contrário do que ocorre com o Poodle, o Cocker Spaniel Inglês tem uma única tosa típica. A variação na tosa do cocker exclusivamente de companhia em comparação com a do cocke apresentado em exposição ocorre apenas com relação ao volume e ao comprimento da pelagem.
  • Para Exposição: 
Esta tosa tem como objetivo principal manter a tradição de como a pelagem era cortada para o Cocker Spaniel Inglês executar a função de caçador.
Para a retirada do excesso de subpelo se faz o Pulling (que significa “puxando”), ou seja, arranca-se o subpelo que está atrapalhando. O subpelosai facilmente, sem os cães mostrarem incômodo, mas é um trabalho especializado, que necessita de aprendizagem praticada com um ou mais cães, sob orientação de profissional experiente.
Há mais de uma técnica de pulling, cada qual requerendo aprendizado específico, mas todas começando pelo desembolamento dos pelos (retirada dos nós).
Uma das técnicas é fazer o arrancamento com os dedos protegidos por dedeiras especiais, conhecidas como “thumbs”. Outra é o stripping, ou seja, os pelos são tirados com o auxílio de um instrumento – o mais prático é o pente de stripping, mas pode ser usada também  a faca de stripping, mais fácil de encontrar no Brasil. Quem adota uma dessas técnicas, depois de ter retirado o excesso de subpelo, deve dar banho no cão e secá-lo bem, para em seguida fazer o acabamento, a etapa na qual nivelam-se as beiradas das franjas com tesoura reta, de modo que fiquembem alinhadas. O acabamento inclui também passar máquina de tosa no maxilar inferior, na garganta do cão e na parte interna das orelhas, usando lâmina número 10 ou 15, por serem essas regiões sensíveis para o uso de qualquer técnica de arrancamento.
Outra técnica de pulling consiste em retirar o subpelo com ajuda de pedra vulcânica ou de tesoura dentada. Nesse caso, o trabalho começa com desembolamento seguido pela retirada do subpelo em excesso, para depois ser dado o banho e feita a secagem. O trabalho é finalizado com o mesmo acabamento mencionado anteriormente.
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  • Tosa Pet:
 No cão de companhia, a tosa tem como principal objetivo diminuir o volume da pelagem para facilitar os cuidados diários, reduzindo a necessidade de escovações e banhos.
A maneira mais prática de obter esse resultado é cortar os pelos com máquina de tosa. Para cortar os pelos bem baixos, usa-se lâmina número 10, que deixa os pelos com altura de um décimo de polegada, ou seja, 2,54mm. Pode-se optar também por uma lâmina número 15 (1,69mm). Retiram-se antes os nós da pelagem e passa-se a máquina por todo o corpo do cão, exceto nas franjas, seguindo o direcionamento dos pelos, de modo que a pelagem fique homogeneamente nivelada. Terminada essa parte, dá-se o banho no cão, seca-se bem e é feito o acabamento nas franjas, conforme já explicado.
Quem deseja que o Cocker de companhia fique com aparência mais próxima à tosa de exposição, deverá deixar os pelos mais altos. Uma opção  é usar a máquina de tosa com lâminas de número entre 8 (3,17mm) e 4 (6,35mm). A outra opção é usar a tesoura dentada, que permite  regular a altura a gosto e dar uma aparência mais natural ao corte, já que a cada tesourada as lâminas dentadas cortam cerca da metade dos pelos e a outra metade continua inteira, o que reduz a altura de parte dos pelos e mantém longa a outra parte. Qualquer que seja a alternativa, só não é aplicada no maxilar inferior, na garganta e na parte interna das orelhas, pois nessas áreas é recomendado cortar com a máquina de tosa equipada com lâmina de número 10.
Caso seja usada tesoura dentada, há uma inversão quanto ao momento em que é dado o banho, que passa a ser antes do corte, o qual só deve ser feito depois de o cão estar bem seco. Trabalha-se movimentando a tesoura dentada por entre a pelagem, dando tesouradas no sentido natural do direcionamento dos pelos. Terminado o corte, retiram-se os pelos cortados com o pente ou escova rasqueadeira.
  • Uso da Máquina ou Tesoura Dentada:
O Corte é feito sempre no sentido do direcionamento dos pelos. Quando se trabalha com a máquina de tosa, opta-se por uma lâmina de acordo com a altura desejada para os pelos, ou utiliza-se tesoura dentada, exceto no maxilar inferior, na garganta e na parte interna das orelhas, partes que serão sempre raspadas com máquina de tosa equipada com lâmina número 10, e das franjas, que serão aparadas com tesoura reta.
O trabalho começa por toda a cabeça. As orelhas são trabalhadas até a altura dos brincos, tanto por fora quanto por dentro, sendo que na parte interna podem ser raspadas no contrapelo, com lâmina 15 (1,69mm). Para os pelos dos ouvidos, usa-se de preferência tesoura reta.
A garganta é trabalhada desde a parte mais posterior da mandíbula até a ponta do esterno (osso do antepeito), e a nuca (parte superior do pescoço) desde o occiptal (parede inferior posterior do crânio) até o tronco. Depois se cortam os pelos do tronco até a ponta da cauda. Os últimos a serem trabalhados são os pelos da ponta da cauda, pois ajudam a segura-la para mantê-la levantada e realizar o trabalho necessário na região adjacente ao ânus.
Cada perna da frente é trabalhada desde o ombro até o limite do pé, deixando-se todo o pelo na parte de trás (franjas). Os pelos dos pés da frente são arredondados com tesoura reta depois de serem penteados para a frente. Os pelos da sola são retirados, mas são deixados os pelos existentes entre os dedos.
Trabalham-se as pernas de trás desde a garupa, deixando-se uma linha de franjas a partir da raiz anterior da coxa até a ponta do jarrete (veja ilustração 4). As franjas de trás ficam por dentro e não aparecem quando o cão é visto de perfil (veja ilustração 4). O jarrete, desde a ponta até o pé, é modelado com tesoura reta (veja ilustração 4) ou dentada, no sentido perpendicular à mesa de tosa, cortando-se de cima para baixo. Os pés de trás são trabalhados da mesma maneira que os da frente.
FranjasAs Franjas são aparadas com tesoura reta. Na tosa de exposição devem ficar bem fartas, já na tosa para companhia podem ficar bem curtas.
  • Franjas das orelhas - têm início logo abaixo da parte final do brinco (local com peles justapostas presente no bordo posterior das orelhas dos cães). O comprimento desses pelos deve ser bem maior que a parte superior raspada da orelha. Para ajusta-los, todos os pelos da franja são penteados para baixo, prendendo-se a extremidade inferior entre os dedos médio e indicador da mão oposta à que esta segurando a tesoura. O Corte é feito em linha reta, tendo esses dedos como referência.
  • Franjas do antepeito (jabó) – começam no esterno (osso do antepeito) e vão se alargando em direção aos braços à medida que se aproximam do peito, ficando em formato aproximadamente triangular.
  • Franjas do peito até a coxa (saia) – são aparadas para ficar uniformes, formando uma linha ligeiramente ascendente desde o membro anterior em direção à coxa (veja ilustração 2).
  • Franjas  das pernas da frente - Ficam praticamente na borda posterior de cada perna (veja ilustração 7), quase imperceptíveis quando vistas de frente. Para apará-las , levanta-se cada perna do cão e se cortam as pontas em linha reta oblíqua, como mostrada na ilustração 7 (observe que a extremidade próxima ao cotovelo fica muito mais comprida que a extremidade oposta, na tosa de exposição).
  • Franjas das pernas de trás - estão na borda anterior e na borda interna de cada perna de trás, as da borda anterior vão desde o tronco até , no máximo, o jarrete. As da borda interna ficam visíveis somente quando o cão é olhada por trás (não visíveis quando o cão é olhado de perfil) e começam a partir dos dois redemoinhos de pelos que existem logo abaixo da cauda e descem até a ponta do jarrete (veja ilustração 4).


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